Livro para ouvir
Selo ONHU Brazil
Em 2013, a Organização Neo Humanitarismo Universalista, ONH-U, está finalizando
o projeto cultural sem fins lucrativos, Cartas para Marie Curie, Tributo ao 100º Aniversário do
Prêmio Nobel em Química para Maria Sklodowska-Curie, celebrado em 2011 no
Brasil e no exterior.
O concurso cultural "Cartas para Marie
Curie" promovido pela Organização Neo Humanitarismo Universalista, ONH-U,
compartilhou o legado de Marie Curie entre a juventude do Brasil, visando popularizar a contribuição da Mulher
para a Ciência.
A Organização Neo Humanitarismo Universalista, ONH-U, recebeu mais de
duas mil cartas de todo o país, cartas inéditas, criativas e solidárias, com relatos dos estudantes do Brasil sobre
suas vidas, sobre a vida e a obra de Marie Curie, e de como a história de Marie Curie afetou
suas vidas na atualidade.
A história de Marie Curie encantou a juventude do Brasil de tal forma, que um grupo de jovens
de São Paulo, mobilizou o Núcleo de
Juventude da ONH-U para continuar
compartilhando o legado da brilhante cientista, como exemplo de coragem e
determinação, em especial, com os portadores de deficiência visual, através de
um audiolivro com uma seleção de cartas do projeto para ouvir. As cartas que emocionaram o Brasil e o mundo
são narradas em português por Jam Pawlak, Fundadora e atual Presidente da
ONH-U, e por Julia Mikita, Coordenadora do Núcleo de Juventude da ONH-U.
Marie Curie: símbolo da condição feminina independente.
Vamos compartilhar três cartas que fazem parte do audiobook Cartas para
Marie Curie, a carta da Fundadora e Presidente da ONH-U, Jam Pawlak, e as cartas
das Vencedoras Nacionais do Concurso Cultural Cartas para Marie Curie, Larissa
da Silva Sanches, classificada em 1º lugar e Ana Carolina Barrionovo,
classificada em 2º lugar:
Santos, 11 de novembro de 2011.
Querida Marie Curie
Saudações Humanistas!
Eu
sempre acreditei na cultura de paz, no ideal maior da cooperação entre os povos
do mundo, na solidariedade entre as nações; sou fundadora de uma organização
não governamental denominada Organização Neo Humanitarismo Universalista, meu
nome é Jam Pawlak.
O
primeiro projeto que desenvolvi na Organização Neo Humanitarismo Universalista,
era intitulado Buzz of the Peace in Hiroshima and Nagasaki, abordava as
explosões atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki durante a II
Guerra Mundial sob o olhar de uma realização cênica humanitária com o intuito
de preservar a memória mundial.
O
tempo passou rapidamente entre projetos voltados para a cultura de paz, para a difusão do livro, da leitura e da
educação ambiental entre as crianças e os jovens do Brasil; são mais de dez
anos de grandes histórias.
A
inspiração para o projeto “Cartas para Marie Curie” nasceu suavemente em meu
coração em uma tarde de domingo: era o início de 2011, proclamado oficialmente
como Ano Internacional da Química, sob o tema “Química – a nossa vida, o nosso
futuro.” As comemorações foram coordenadas pela União Internacional de Química
Pura e Aplicada e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência
e a Cultura, UNESCO. O objetivo do Ano Internacional da Química era justamente
celebrar as contribuições da química para o bem-estar da humanidade. Toda a
programação do Ano Internacional da Química foi inserida nas atividades da
Década da Educação e do Desenvolvimento Sustentável (2005-2014), também em
2011, comemoramos o Centenário do Prêmio Nobel em Química para você Marie
Curie.
Minha
admiração pela sua carreira científica
era enorme, bem como, minha vontade de compartilhar o seu legado com a
juventude do Brasil.
Eu
sou filha de imigrantes poloneses, a cultura polonesa está presente em minha
vida; aprecio a música, a poesia e a
arte da Polônia desde o berço.
Procurei
o Consulado Geral da República da Polônia em São Paulo para expor a minha ideia
de realizar um concurso cultural em homenagem ao 100º aniversário do Prêmio
Nobel em Química para Marie Curie, que nasceu em Varsóvia em sete de novembro
de 1867; um verdadeiro tributo em forma de “carta”, acreditei que muitos jovens
ousariam escrever-te ... e muitos jovens enviaram suas cartas: recebemos mais
de duas mil cartas de todo o país!
O
Consulado Geral da República da Polônia em São Paulo providenciou a Premiação
do concurso cultural “Cartas para Marie Curie”, os professores de química
colaboraram elaborando material de pesquisa para as escolas e posteriormente,
lendo centenas de cartas enviadas. Cartas de extraordinário valor humano!
Querida
Marie, eu chorei lendo cartas emocionantes, onde a ciência, a vida e a química
se misturavam em parágrafos repletos de palavras e sentimentos, aspirações e
perspectivas, sonhos e conquistas!
A
sensibilidade da juventude brasileira resgatou o seu admirável legado para as
futuras gerações; o objetivo do concurso
cultural foi plenamente atingido: incentivamos o pensamento criativo, a difusão
da pesquisa entre as novas gerações do século XXI e fomentamos a produção de
texto através da reflexão sobre o legado de Marie Curie. O tema do concurso cultural encantou
alunos e professores, “a vida e a obra de Marie Curie no coração da juventude” no Ano
Internacional da Química.
Admirável
Marie, compartilhamos as suas incríveis experiências, que provocaram o êxtase e
o deslumbramento na humanidade; o passado inspirando o presente e deixando
marcas no futuro, como nas suas inesquecíveis palavras: “ a vida não é fácil
para ninguém. E qual é o problema? Devemos ter perseverança e confiança em nós
mesmos; acreditar que possuímos um dom para algo e que esse algo deve ser
realizado.” Sim, Marie, algo muito especial realmente foi realizado no Ano
Internacional da Química aqui no Brasil: a juventude abriu o coração para
escrever sobre sonhos e esperanças, com um toque de delicadeza em prol da Vida.
Cordialmente,
Jam Pawlak
Fundadora e Presidente
Organização Neo Humanitarismo
Universalista, ONH-U
Marie Curie e sua determinação sempre positiva.
Santos, 26 de outubro de 2011.
Prezada (Maria Sklodowska-Curie) Marie Curie
Sabe Marie,
tenho quatorze anos e desde criança tenho um
sonho: tornar-me uma grande artista. Minha verdadeira paixão é a arte de
qualquer forma que ela venha a ser. Eu danço há oito anos e amo cantar. As
pessoas riem bastante quando eu digo o que quero porque acham que eu não tenho possibilidade alguma. Uma menina de
classe média, vinda do interior em uma cidade grande, que estuda em escola
pública, onde já com o maior sacrifício os pais pagam os cursos de dança, irá
mesmo vir a algum lugar?
Sabe dona Curie,
ultimamente as coisas andam muito difíceis. A gente não pode mais sonhar, nem
viver da maneira como queremos. Ninguém acredita em nossos sonhos, na nossa
capacidade ... você é a maior prova de que se desistirmos jamais iremos
alcançar nossos objetivos. Sua história é linda, nos emociona e nos envolve.
Tem horas que ando tendo vontade de desistir de tudo, de jogar as coisas
pro ar e seguir outra carreira. Parei
para pensar, nas pessoas que como a senhora alcançaram seus objetivos; e se nas
primeiras dificuldades que surgissem, desistissem, iriam se deixar levar pelo
fracasso e pelo cansaço; na verdade, foi isso que fez vocês levantarem a cabeça
e tentar e tentar mais centenas de vezes não é verdade? São pessoas que como a
senhora tiraram forças de onde já não havia e lutaram até o final; pra provar
que somos quem queremos ser, não quem as pessoas pensam. São em pessoas assim,
que deveríamos nos espelhar.
Depois de ler
“nada na vida deve ser temido, somente compreendido ...” e “nunca vejo o que já
foi feito ...” senti que era o que eu deveria fazer, é inspirador, de alguma
forma me fez refletir. Como o mundo era e ainda é preconceituoso em relação à
capacidade das mulheres, ninguém pode mudar esse conceito além de nós. Você
mesma já provou a todos que não são apenas os homens que podem mudar o mundo.
Seu sacrifício para o reconhecimento foi tremendo já que, na época as mulheres
eram sub representadas de qualquer forma: dentro de casa, na rua e
principalmente nos estudos.
Suas descobertas
foram muito boas para a humanidade. Ajudaram a milhares de pessoas doentes e
ainda auxiliam nos tratamentos de doenças como o câncer. O bom de tudo é que a
senhora compartilhou seus estudos com os demais que com base neles, os
desenvolveram mais e mais. Com a ajuda deles, que descobri que tinha um
desenvolvimento desacelerado dos ossos, que não acompanhavam a idade; nada
muito grave. Já fui a um especialista e já estou fazendo tratamento.
Quero agradecer
a senhora por ter existido, por ter feito do mundo um lugar melhor. Com
certeza, depois de conhecer a toda sua trajetória juntamente de seu marido, de
conhecer todo seu trabalho e dedicação particularmente; irei me inspirar muito
na sua história. Todo seu interesse pelos estudos e pela ciência a fizeram uma
mulher espetacular. Espero um dia ter o mesmo reconhecimento e, me tornar uma
pessoa tão boa quanto a senhora.
Larissa da Silva Sanches
Livro para ouvir
Selo ONHU Brazil
Suely Maia, Secretária de Educação de Santos e Larissa da Silva Sanches, Vencedora Nacional do Concurso Cultural Cartas para Marie Curie da ONH-U em 2011.
Compartilhando o legado de Marie Curie: livro para ouvir
Pitangueiras,
4 de junho de 1934.
Querida
e Idolatrada Madame Curie
Após a construção do Thermas de Lindoya, em 1914,
meu pai – que era grande amigo do Dr. Tozzi (fundador do local e seu anfitrião)
– e eu fomos estudar as águas. Lá ficamos
hospedados no Hotel Catete, dentre os três de que lá havia (foi um ano
depois de sua vinda que surgiu o Grande Hotel Glória, em que passamos a ficar).
Em 1926, quando tinha eu já meus 22 anos de idade –
sem ser casada ainda – presenciei sua chegada junto de meu pai. Eu, ainda
estudante, não fazia ideia de sua grandeza: não sabia quem era, mas, como todos
naquele local, deverias ser muito importante.
Depois de sermos apresentadas, pedi então, em
particular, para que o Dr. Tozzi me dissesse tudo sobre você. E este grande
conhecedor, de alma simples, contou-me todos os seus feitos, suas frases, como
era. Foi uma conversa bem longa, cheia de detalhes, e meu pai depois ainda me
entregou algumas matérias e manuscritos para ler sobre suas pesquisas.
Graças a sua visita, quando reconheceu a
radioatividade naquelas águas, mais e mais turistas e cientistas foram atraídos
para a região. E agora aquelas águas são conhecidas mundialmente por, além de
poder curar, serem as mais radioativas do mundo, ultrapassando de longe as
fontes de Jachimou, na Tchecoslováquia, e as fontes de Bad Gaisten, na Austria.
O sonho de meu pai era que eu me tornasse uma
grande cientista, tal como a Madame, tal como ele. De certo modo, eu até me
interesso por ciência, pelas particularidades naturais. Contudo, no fundo eu
sabia que minha verdadeira felicidade não estava lá: sempre gostei de desenhar,
e para isso sempre tive talento, isso todos admitiam. E meu maior sonho sempre
foi dar voz e movimento aos meus desenhos. Isto chama-se “animação”, projetada
pela primeira vez pelo francês Émile Reynaud no Musée Grévin, em Paris, em
outubro de 1892. E há dois anos um homem chamado Walter Disney fez sua primeira
animação com – acredite se quiser – cores e som! A obra se chama “Flowers and
Trees”, da série de animações “Silly Simphonies”.
Conhecendo sua história de perseverança, convivendo
com uma sociedade claramente machista e preconceituosa, na sua luta de quatro
anos seguidos para isolar o elemento rádio da pechblenda, e conhecendo seu amor
e dedicação à ciência, tomei-a como ídola inspiradora para a vida, - junto da
esperança que meu contemporâneo apresentou a mim e resolvi, assim como a
Madame, lutar e me dedicar às evoluções e revoluções do mundo artístico em
movimento.
E ao contrário do que pensa, aquilo que fez foi
realmente notável, do contrário não terias sido a primeira mulher a ganhar dois
prêmios Nobel em diferentes áreas da ciência – áreas do saber tradicionalmente
conhecidas em nossas sociedades como apenas de homens – quebrando assim muitos
dos conceitos que restringiam nós, mulheres guerreiras e exploradoras. Você deu
um bom passo para o reconhecimento e libertação feminina.
Graças a você, comprovadamente podemos usar a
radioatividade para a cura, e o polônio já é usado na fabricação de vários
produtos industriais. Suas pesquisas darão base à outras, e trarão mais e mais
desenvolvimento ao mundo. Tal como somente o sapateiro Skuba poderia matar o
dragão de Wawel, somente você, uma mulher de talento, perseverança e coragem
poderia ter desvendado o que conseguiu. À Madame, somos todos eternamente
gratos.
Saudando-a,
ó grande mulher
Ana
Carolina Barrionovo
Jam Pawlak, Fundadora e atual Presidente da ONH-U e Ana Carolina Barrionovo, classificada em 2º lugar no concurso cultural Cartas para Marie Curie.
Livro para ouvir
Boa noite!
ResponderExcluirComo conseguir um exemplar desse audiobook?
Grata.
Boa noite,
ResponderExcluirMe chamo Lavinia Franco Vicente,fui classificada em terceiro lugar no concurso cartas para Marie Curie,esse ano se completa oitos anos que foi realizado o concurso;gostaria muito que pudesse disponibilizar a carta,para poder ler-a novamente .compartilhar-la.Terceiro lugar é uma classificação!
Grata